quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Mudar dói, mas faça valer a pena!

Posso usar mil exemplos de como uma mudança pode ser percebida como algo ruim, antes de ser algo bom. O nascer dos dentes na infância, o encaixotar todas as coisas antes de ir para a casa nova, se separar, se depilar, fazer um peeling, encarar uma dieta...

Mudar requer movimento. Movimento demanda esforço. Na maior parte das vezes esse esforço é realmente desagradável, quando não é doloroso.

Sabendo disso, podemos nos preparar para que o período que antecede a mudança seja mais ameno e, talvez, mais contemplativo.

Trate o movimento inicial como algo apartado de você, e o assista como a um filme. Um filme que você já sabe que terá, ao menos na Parte 1, um final feliz.

E a segunda parte?

Ainda será escrita... provavelmente com base no impacto provocado pela Parte1...


Ou seja, faça com que valha a pena!

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A pessoa mudou ou ela não se mostrou verdadeiramente no início?

Recebi o telefonema de um amigo muito querido, que está questionando o futuro de um relacionamento. Namorando há 1 ano e meio, está aflito com o rumo que as coisas estão tomando, principalmente porque sente que a pessoa com quem se relaciona mudou muito.
Não cuida mais de seu corpo, não termina uma especialização que começou, não consegue organizar a vida financeira...

Minha pergunta: a pessoa mudou ou ela não se mostrou verdadeiramente no início?

No início de um relacionamento, todos querem mostrar o melhor de si. Somado a isso, ainda temos que preenchemos com nossas melhores fantasias as lacunas acerca de informações, naturalmente, inacessíveis: não temos acesso porque não convivemos com a pessoa. Assim, no início, tudo é uma grande maravilha. Mais um agravante: uma festa bioquímica nos faz ficar mais eufóricos e com mais desejo sexual. Ou seja, uma combinação de alto risco!
Acontece que é difícil sustentar uma farsa por muito tempo. Além de exigir muita energia para manter a personagem, nossa personalidade e até nosso corpo nos revelam. Tudo em nós quer nos revelar!

Então, depois de uns três meses de relacionamento, as verdades e fragilidades começam a vir à tona. Mas lentamente. Depois de seis meses aproximadamente, é impossível sustentar a invenção. E as decepções e estranhamentos começam a pesar na relação.

Infelizmente, as pessoas já estão envolvidas o suficiente para acreditar que é uma fase, ou que podem mudar o outro. Mas a verdade é que vários sinais são dados, desde o início, sobre quem é o outro.
Cabe a nós observar e avaliar com mais cuidado.
Observar o outro, e até testá-lo em suas verdades, não é uma atitude desconfiada. O que pode ser defeito para um, é virtude para outro. Mas você pode ser capaz de avaliar se a pessoa que está conhecendo tem potencial para ser um relacionamento estável ou não.

Você pode, com tranquilidade, respeito e carinho, perguntar sobre determinado comportamento, sobre planos para o futuro e sobre a personalidade.

Se uma pessoa diz que não quer ou não pode mudar, acredite. Você não é uma entidade milagrosa que vai mudar o outro. Além do que, a mudança é uma jornada individual, de você com você mesmo.

Preste atenção nos sinais...confie na sua desconfiança e na sua intuição e verifique os fatos.

Relacionamentos saudáveis tendem a surgir de bases saudáveis e com pessoas reais. Não com personagens.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

Quase tudo em nós tem uma função

Quais as coisas das quais você se orgulha em você?
Quais as coisas das quais você não se orgulha em você?
Por quê?
Você pode se desapegar daquilo que não gosta em você?
Se eu lhe ensinasse como, você faria?
Quase tudo em nós tem uma função. Inclusive aquilo do que não nos orgulhamos. Por isso é difícil mudar. Nossos supostos defeitos possuem algum papel em nossa vida, em nossas relações.
Pense sobre isso.
Em algum encontro futuro pensaremos em como mudar o que se quer mudar, mas não se consegue.

É a funcionalidade do sintoma.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Quando um só não está interessado

Pessoas começam a se conhecer e expectativas são criadas dos dois lados. Mas, algumas vezes, uma das pessoas não possui expectativa alguma.
É triste, mas pode acontecer.
Se essa pessoa não possuir um tremendo mau caráter, provavelmente, em algum momento, principalmente quando perceber que a outra está interessada, vai expressar sua indisponibilidade para um relacionamento mais sério.
Como?
Quando diz que não está preparada para se relacionar.
Quando diz que está confusa e não sabe bem o que quer no momento.
Quando planeja longas viagens sem incluir a outra pessoa.
Quando não apresenta para familiares ou amigos depois de já se conhecerem há um bom tempo.
Quando diz que se fosse namorar com alguém, seria com aquela pessoa.
Quando diz com todas as letras que não quer um relacionamento sério.
Essas, entre outras falas, muitas vezes são ignoradas pela pessoa que as ouve, numa esperança de que, com o tempo, tudo vá mudar.
A verdade é que dificilmente muda. 
Observe as ações e as palavras do outro como se fossem um sinal de trânsito. Acredite na luz amarela.
Ela pode lhe salvar de um grande acidente emocional.
Parar na luz amarela pode dar a impressão de que se vai perder tempo, de que se vai chegar atrasado na festa ou de que se vai perder algo importante.

Mas, olhando por outra perspectiva, parar pode significar a possibilidade de virar na próxima esquina e recomeçar. Seguir, pode representar um fim mais dramático...

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Recomeçar

Todo o dia é um recomeço. Já se escreveu muito sobre isso. Quando um novo chefe aparece, abre-se um espaço para um recomeço. Quando um amor termina, abre-se uma porta para um recomeço. Também quando um curso termina. E uma caixa de biscoitos. E uma vida.

O que poucos falam é que o recomeço não é uma tela em branco. Não se parte do zero.
É mais como aquela parede que vai sendo pintada, camada por cima de camada, sem nunca ser lixada. É mais como uma pintura feita sobre outra pintura.

Criamos expectativas. De acontecer o melhor. Criamos, também, os medos do pior. E vamos, com essas tintas, iniciando algo sobre a velha tela. Com o tempo, os traços vão se repetindo, os temas, o jeito de segurar os pincéis, de pegar a tinta. A mesma pressão sobre a tela.

Há quase preguiça de se recomeçar, porque quase já se sabe o resultado da empreitada.

Mas, então, um belo dia, sentimos que a tela usada já não nos serve mais. Que os pinceis precisam ser trocados, assim como a palheta – quase o pintor.
Que se deseja uma tela em branco!

Abre-se a porta, sai-se ao sol, entra-se na loja, compra-se um novo mundo.
Esse mundo novo é maravilhoso, mas tem um prazo.
Enquanto não se esgota, divirta-se!

(e não demore demais para trocar a tela da próxima vez)

sábado, 6 de agosto de 2016

Compartir!

A convivência não é fácil. Exige reconhecer e aceitar a diferença. Exige observar para compreender. Pede para ser compreendida também. Demanda compaixão, empatia e generosidade. Compartir, ou compartilhar, exige uma boa dose de amor – daquele amor que mantem nossa espécie seguindo.
Olhar o outro, com seus cheiros, suas manias, suas fragilidades e forças, nos permite sentir a essência do ser humano. O quanto somos, todos nós, frágeis em nossa natureza e em nossa intimidade.
Compartilhar espaços, casas, trabalho, ideias, pede um pouco de coragem também. Para tentar se reconhecer no outro. Para lembrar que todos possuem uma história, a qual nem sempre conhecemos.
Quando aceitamos que o outro possui justificativas para ser o que é, possui uma história que o trouxe até aqui, é um humano, tão forte e tão frágil quanto nós, os espaços vão ficando mais confortáveis e amplos, bons para se compartilhar. Trocar experiências, experimentar rotinas diferentes, ver o mundo com outras lentes: entre tantas outras riquezas, é o que permite o compartir!
Compartilhar não é se fundir. Compartilhar é conviver.

Bora compartir!

(para os amigos generosos de Conil de la Frontera)

sábado, 30 de julho de 2016

Desencontros


Mesa 7
Ela acabou de sair de um relacionamento bom e mediano. Quando eles tomavam alguns drinks, no começo, era bom. Quando passaram a se conhecer melhor, ainda mais quando não havia drink algum, era mediano. Arrastado. Quase metade dele combinava com quase metade dela. Mas, sem dúvida, ele tinha boas qualidades para um namorado.
Mas era suficiente?
Resolveu pedir um tempo ao namorado e foi jantar em um bom restaurante, sozinha, pois assim se concentraria naquele prazer de comer sem censuras e culpas, degustando seu vinho, que não sabia ao certo se amigos entendidos de vinho e afins aprovariam, mas do qual ela gostava. Ela e o prato e o copo.  Entre um gole e outro viu um espécime nas proximidades. Na mesa, sozinho. Ele e o prato e o copo. “Igual a mim!” Check list: aliança: não. Bem vestido: sim. Cabelo com corte: sim. Sapato sujo ou velho: não. “Interessante”, pensou. Ao longo da noite deu algumas olhadas nele, com esperança de que ele correspondesse ou ao menos pedisse o seu telefone, fizesse algum contato. 
Pediu a conta ao final. Nada. "Ou é frouxo ou não gostou de mim."

Mesa 9
Ele acabou de pedir um tempo para a namorada. Apenas 3 meses de relacionamento e já não se sentia tão encantado como antes. Na verdade, a namorada tinha tudo para ser uma companheira para planos futuros, mas ele não sabia identificar ao certo por que já não tinha vontade de sair com ela, de falar com ela... e se sentia mal porque ela sentia sua falta e percebia que ele estava se afastando. “Onde está aquele botão de gostar?’ Ele queria muito gostar dela. Mas parece o tipo de coisa na qual não se manda.
Saiu para conhecer o restaurante do amigo. Ótimo comer e beber sem ter que falar nada. Na mesa próxima, uma mulher muito interessante. Bonita, cabelo bem cuidado, “deve ser bem cheirosa”.  “Sem aliança.... por que está sozinha?” “Será que o meu amigo a conhece?” “Deve estar esperando uma amiga... se saiu sozinha, não deve querer companhia alguma hoje”.
Por alguns momentos, pensou em formas educadas de se aproximar. Mas ficou com receio de ser intrometido. Teve vontade de pedir licença para acompanha-la no vinho. “Mas hoje as mulheres andam tão autossuficientes... vai me dar um belo fora!” "Vai ver hoje ela quer ficar sozinha..."
Ficou olhando eventualmente para ver se ela dava algum sinal de interesse... alguma dica de que ele poderia se aproximar.  Nada. Ela simplesmente comeu, pediu a conta e foi embora sem olhar pra trás. Se ela olhasse, o que ele faria?
Mas que grande desencontro.

Ela está em algum lugar no mundo.... ele também.

domingo, 24 de julho de 2016

Encontros

O outro é a prova viva de nossa existência, além de ser um grande e fidedigno espelho que reflete, sem dó, sem máscaras, com brilho intenso e em cores, nossas virtudes e nossas fraquezas.

Saudações à riqueza que pode emergir dos encontros entre pessoas!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Deixe que o movimento da vida mude o rumo das coisas

Não raro nos deparamos com aqueles momentos no caminho da vida em relação aos quais não temos certeza. Pensamos por um lado, avaliamos por outro, mas nada parece ser suficiente para apontar o caminho a seguir, a melhor opção ou a decisão a tomar.
Conversamos com amigos, buscamos inspiração até no que é místico, mas não é suficiente para acalmar o espírito, que está agora muito inquieto.
Então o que fazer nestes momentos?
Pode parecer estranho, mas anos de contato com pessoas, com todo o tipo de problema ou de dúvida, me mostraram que os problemas têm vida. Geralmente quem os mantêm vivos são as próprias pessoas.
Excluindo as situações que envolvam risco de morte, todas as outras podem esperar ao menos mais um dia. Todas elas perderiam boa parte da sua dramaticidade se perdessem um pouco de público.
Pare e faça perguntas ao problema: quem se beneficia deste problema? Se o pior acontecer, ele vai acontecer amanhã? Se o pior não acontecer, o que eu farei depois disso?
Não se preocupe com esta parada: ela é ilusória. Enquanto você aparentemente para para conversar com o problema todo o universo está se mexendo. Todas as suas células estão se regenerando, suas veias pulsando. Coisas inimagináveis estão acontecendo no mundo e elas podem, direta ou indiretamente, paulatinamente ou imediatamente, impactar o seu problema e mudar o rumo das coisas.
O importante é que você, após esta ligeira conversa, após esta aparente pausa, mude o foco. Faça qualquer outra coisa para se afastar do problema ou questão que lhe aflige. Preste atenção em outra coisa. Olhe para outro aspecto da vida. Faça coisas diferentes.
Quando você faz isso, dá espaço para que sua intuição volte a funcionar. Dá espaço para que o próprio movimento da vida mude as coisas.
Tire este fardo das costas agora.

As vezes a solução está em deixar que o movimento da vida mude o rumo das coisas.

domingo, 17 de julho de 2016

Todas as pessoas que habitam em uma

As pessoas andam buscando quem são verdadeiramente. Como se o próprio fato de estarem no mundo não fosse suficiente para se reconhecerem.
Não. Você não vai encontrar quem você realmente é.
Não vai reconhecer seu verdadeiro eu.
Você não tem um eu escondido ou profundo que precisa acessar.
Você não tem que se buscar em você mesm@.
O eu por trás dessa lógica não existe por um motivo muito simples e bonito e confuso: você é vários eus.
Você é constituíd@ por vári@s você. Você é impressionantemente contraditóri@.
Você se adapta aos contextos, aos cenários.
Você escolhe seus discursos como escolhe suas roupas para ir a determinado lugar.
Você experimenta sentimentos contraditórios.
Você é reacionário para algumas coisas e revolucionário para outras. Não se envergonhe disso.
Você vive buscando justificativas para essas incoerências.
Aceite que você é muito imaturo para algumas coisas, mas, para outras, experiente e sábio.
Você é criança e adulto. Você ama e sente ódio. Você é bom e é mau.
Pare de brigar com isso. Pare de se culpar pelas suas inconsistências.
Você é humano. É da sua natureza possuir eus em camadas; eus superpostos, eus conversando, eus brigando.
Faça as pazes com você.
Faça as pazes com todas as pessoas que habitam você.

Agora, faça as contas e realize porque é tão difícil compreender o outro...

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Intolerância

Você pode não gostar de um papel de parede. Neste caso, você pode rasgá-lo e colocar outro no lugar.
Você tem todo o direito de não gostar de uma comida. Então, você pode cuspir a comida ou jogá-la fora, no lixo.
É totalmente aceitável que você não goste de uma roupa. Jogue-a numa fogueira para que queime, se quiser.
Também é possível que você odeie uma ideia. Destrua a ideia, arranque dos seus pensamentos, despreze-a.
Mas e se você não gostar de uma pessoa?
Não gostar da comida de uma pessoa?
E se você não gostar da roupa de uma pessoa?
E se você odiar as ideias de uma pessoa?
Eu peço, imploro:
Não rasgue uma pessoa como um papel;
Não cuspa em uma pessoa, e muito menos a jogue no lixo;
Não queime uma pessoa;
Nunca destrua uma pessoa.
Isso tudo é contra a nossa natureza, contra a nossa ordem evolutiva.
Isso não está certo, em todos os sentidos que a palavra certo pode alcançar.
Você não precisa amar alguém de quem não gosta.
Mas, o fato de não gostar, não significa que pode feri-la.
Seja tolerante.
Olhe para a diferença com olhos de medo, de dúvida, de desconfiança, até de raiva.
Mas não mate a diferença apenas porque não a entende, apenas porque tem medo dela, apenas porque ela pode ser melhor do que você ou eventualmente pode tomar o seu lugar.
Não se deixe manipular por palavras de ódio contra outras pessoas, principalmente pessoas as quais você não conhece.
Geralmente, a intenção de quem profere ódio é manter você sob controle. Você é apenas mais uma peça a ser derrubada num grande e imbecil jogo de falsos gigantes.


(Nice, que pena!)

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ingênua curiosidade

Homens e mulheres procuram coisas similares, mas o fazem

 de formas diferentes,
 em momentos diferentes,
 com nuances diferentes,
 com motivações diferentes,
 a partir de perspectivas diferentes....


Então, que tal antes de criticar, ou de repetir a ideia de que todos os homens e todas as mulheres são iguais, você possa ousar olhar o outro com ingênua curiosidade?

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A resposta do eu mais desconhecido

A intuição é compreendida, por alguns estudiosos da mente, como a melhor resposta imediata do cérebro a um conjunto de estímulos externos. Ou seja, o cérebro, ao se deparar com determinada situação, emite imediatamente uma avaliação dela. Essa ação, com origens evolutivas, objetiva reconhecer algum perigo ou ameaça imediata à vida.
Funciona basicamente assim: o cérebro capta os estímulos externos que estão disponíveis no cenário a ser analisado e busca em seus conteúdos as referências para produzir uma resposta imediata e mais acertada acerca do nível de ameaça que representa.
O interessante é que esse processo é extremamente rápido e, muitas vezes, fornece a melhor resposta. Isso acontece porque as referências utilizadas para as análises são quase todas inconscientes, baseadas na história da pessoa, na cultura, em todas as informações que o cérebro já captou e acumulou, e também nos instintos da espécie humana.
Outro dado interessante é que, apesar de haver interferência emocional na construção dos conteúdos da nossa história ao longo de nossa vida, há pouca interferência emocional na resposta imediata do cérebro ao cenário ou situação analisada. É como se não desse tempo para o cérebro ser contaminado por maiores racionalizações ou afetos. Ou seja, a resposta dada seria a melhor resposta inicial ao problema ou questão enfrentada.
Assim, o que chamamos intuição, é a melhor resposta para garantir nossa vida.
Sabendo disso, agora, você pode dar maior atenção à sua intuição.
Geralmente ela responde a questões simples, como: essa pessoa pode me fazer mal? Essa pessoa pode representar uma ameaça para mim? Essa pessoa é confiável? Dou conta dessa tarefa? Essa situação é boa ou ruim para mim?
Ouvir a intuição, e tirar proveito dela, não é algo que se consiga fazer imediatamente. É necessário treino.
É preciso que você comece a identificar a primeira intuição ou impressão. Isso porque a cada minuto seguinte, o cérebro elabora as informações, resignifica, adiciona elementos e começa a incluir afetos e informações periféricas. Ou seja, já deixa de emitir a melhor resposta imediata.
Comece a ouvir a sua intuição e a tirar proveito dela.
Trata-se de uma grande vantagem evolutiva que, apesar de preterida, nos ajuda até hoje.

São suas respostas mais suas, vindas do seu eu mais desconhecido pra você.

domingo, 10 de julho de 2016

Deixe o amor te namorar

Conversando com mulheres pelo caminho, observei um padrão que anda dificultando as coisas no campo dos relacionamentos: há uma pressa – uma ansiedade – que faz com que sentimentos deletérios, nada saudáveis, tomem conta dos pensamentos, de forma que o foco acaba na insatisfação e na frustração, e não na experiência gratificante e emocionante que é amar e ser amado.
Como ninguém ama o que não conhece, fica claro que aquela sensação de paixão por uma pessoa desconhecida só pode ser uma fantasia, ou seja, algo que nossa mente sedenta por amor construiu.
Então, no caso de uma paixão súbita por uma pessoa que acabamos de conhecer, o melhor é deixar os dias, os encontros, as conversas fluírem. Pare de querer controlar tudo. Deixe que a pessoa se mostre para você, ao mesmo tempo em que você se mostra para ela.
Menos expectativa e mais participação.
Menos cobrança e mais observação.
Ninguém pode ser o que não é por muito tempo.
Então, ao sinal do próximo amor, deixe que ele te paquere, te namore. Não a pessoa, mas o próprio amor...
O que eu quero dizer com isso?
Pare de se ocupar em controlar coisas que não dependem só de você. Deixe que um fluxo sistêmico, que conta com a integração de diversos fatores, faça o trabalho.
Apenas deixe que as coisas aconteçam.
Pare já de tentar convencer o amor a te querer... deixe que o amor te conquiste.

Deixe que o próprio amor te namore....

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Escolha hoje uma única coisa

Hoje eu lhe ofereço um desafio.
Escolha, hoje, uma única coisa nova que você gostaria de aprender. A primeira coisa que vier à sua cabeça será a escolha de hoje!
Não deixe que sua mente lhe leve às dificuldades, aos problemas para organizar o tempo, à falta de dinheiro ou mesmo ao nível de dificuldade envolvidos.
Agora, sua tarefa é pesquisar sobre essa coisa nova a ser aprendida. Apenas com o espírito de curiosidade...sem a menor pretensão de realmente fazer...
Deixe sua mente brincar com as ideias.
Toda a vez que um pensamento contrário vier à tona, afaste-o, lembrando que você apenas está divertindo o cérebro... nada mais.
Faça isso hoje.

Escolha hoje uma única coisa.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Tensão

Um certo grande terapeuta de casais uma vez me disse que relacionamentos são como molas, que são feitas para serem tensionadas e para se adaptarem aos mais diversos tipos de tensão. Mas, elas devem ter essa tensão aliviada, sempre, a fim de manter sua propriedade adaptativa.
Uma mola que passa muito tempo tensionada perde a capacidade de voltar ao seu estado original. Ela se desgasta mais rápido.
Com os relacionamentos há um movimento parecido.
Eles suportam certa dose de tensão, sendo, inclusive, importante que esses estados ocorram vez ou outra. Como já vimos, nosso cérebro precisa de estímulos diferentes para resignificar sentimentos e emoções.
Por outro lado, relacionamentos nos quais a tensão é constante perdem a capacidade adaptativa e a estabilidade muito rápido. Perdem a força.
Não exija tanto, o tempo todo.
Depois de um período de tensão, relaxe.
Crie a situação de aliviar a tensão.
Antes que a mola perca sua força para mantê-los ligados.

Antes que a corda se rompa.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Desencontros

Ouvindo de um lado mulheres buscando um amor e, do outro lado, homens, igualmente com esse objetivo, penso no quanto há um grande desencontro no percurso dos relacionamentos, e no quanto, quando há um encontro bem-sucedido, trata-se de uma feliz coincidência!

Muitos homens e mulheres querem encontrar alguém para um relacionamento duradouro, feliz e monogâmico. Como fazer com que se encontrem?
E se encontrando, como fazer com que saibam da abertura de cada um para um relacionamento desse tipo?
E sabendo da abertura, como fazer com que baixem a guarda?
E baixando a guarda, como fazer com que joguem o jogo do amor de forma lúdica e não competitiva?

E depois de um tempo, como fazer para que se lembrem que o que têm hoje é exatamente o que mais queriam no passado?

domingo, 3 de julho de 2016

Ressignifique

Quando você pensa em um relacionamento que terminou, geralmente lembra das coisas ruins. Mesmo estando num relacionamento, coisas marcantes constantemente são as mais dolorosas e você, com frequência, volta a essas memórias ruins quando as coisas vão mal, o que piora sensivelmente sua análise da nova situação.
Mas o peso diferenciado e a ênfase dada aos sentimentos e acontecimentos ruins não acontecem apenas na esfera dos relacionamentos. Já reparou como somos atraídos por notícias ruins? Para ver imagens de catástrofes? Observou como nos noticiários a maior parte do tempo é direcionada para notícias negativas?
Por que damos esse espaço especial ao que é doloroso ou causa sentimentos negativos?
Essa característica que hoje pode ser considerada deletéria é uma das responsáveis por ainda estarmos no mundo natural. Nossos antepassados mais antigos, que habitavam um mundo perigoso e muitas vezes inóspito, guardavam as memórias do que era perigoso para evitar novas situações similares e para reconhecerem as situações ameaçadoras caso estivessem acontecendo novamente.
Hoje, as situações que colocariam em perigo nossa espécie são de outra natureza. Mas, mesmo assim, esse traço da nossa evolução como seres humanos continua a nos acompanhar.
Tente treinar o seu cérebro a mudar o foco. No relacionamento que acabou, busque as tantas coisas boas que aconteceram*.
No relacionamento atual, dê atenção às coisas positivas.
Resignifique.
Veja diferente. Não acompanhe a programação que jogam na sua cara. Busque você a informação.
Defina você o que é ameaça para a sua vida.
Reprograme.



*(se nada de bom aconteceu, vale questionar os motivos que levaram a ficar num relacionamento assim)

sábado, 2 de julho de 2016

Adaptação II

A adaptação, apesar de envolver mudanças, não significa anulação ou partir do zero. Não se trata de formatar o HD.
É mais um movimento de aproximação, de incorporação de elementos, de reorganização do que já existe de forma criativa.
É usar a roupa do outro do seu jeito.
Ou a sua roupa do jeito do outro.
É olhar com empatia.
É construir.
Adaptar-se, num relacionamento, por exemplo, é conviver com a diferença, não apenas observando ou tolerando, mas tentando compreendê-la como parte daquela pessoa que você gosta.
Tentando vivê-la e incorporando-a a quem você é.
Dessa incorporação pode surgir o novo.

Um mais um serão três, quatro...mil!

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Adaptação

Fala-se muito que o mais forte tende a vencer, nessa grande e misteriosa trama da vida. Mas, geralmente, quem tende a vencer, a se perpetuar, a ser feliz, é quem melhor se adapta (ideia básica de Darwin).
Não há fraqueza na adaptação. Não há covardia. Não há condescendência. Muito menos subserviência.
A adaptação é resultado de uma avaliação de riscos, de cenários, de tendências.
Exige flexibilidade e boa dose de simpatia à mudança.
Demanda admitir que o outro lado pode estar ou ser melhor.
Impõe humildade e reconhecimento de fraquezas.
Impõe ser forte para lidar com o novo e com as resistências.
Adaptar-se pode ser uma grande oportunidade.

Adaptar-se pode ser “renascer-se”!

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Facilidades

Sim!
É muito fácil falar!
Mas você consegue ao menos tentar?
Um pequeno passo diferente, que seja... Nada muito assustador ou dramático. Nada radical. Apenas algo bem diferente.
Coloque o relógio no outro pulso.
Entre por outra porta.
Cumprimente um estranho.

Comece a acostumar o seu cérebro a experimentar além das facilidades...

terça-feira, 28 de junho de 2016

É tudo sobre você

Geralmente buscamos as opiniões ou os conselhos de outras pessoas quando estamos em dúvida sobre algum rumo a tomar, ou sobre a adequação de determinados comportamentos, ou sobre o comportamento de outras pessoas para conosco. Ou seja, na dúvida, os outros são boas saídas para a ansiedade percebida.
É claro que o alívio é grande e, em algumas vezes, quase imediato. Somos seres sociais.
Ser ouvido e ouvir o que o outro pensa sobre nós, é bom, conforta e traz esperança.
Mas a verdade é que em meia hora, ou em um dia, o conforto vai embora e a ansiedade volta, com as mesmas incertezas e pensamentos – já aprendemos que o cérebro não cessa de fazer sua tarefa!
Ele não para de pensar porque geralmente sabe a resposta. Ele já possui uma resposta pronta, que é a primeira que ele conseguiu formular quando se deparou com algum problema para resolver. Qualquer percepção de problema, de falta, de ameaça, é percebida pelo cérebro como algo que precisa de uma resposta urgente.
O cérebro, então, evoca informações preexistentes, conscientes e inconscientes, e produz uma resposta. Alguns chamam a essa primeira resposta de intuição.
A intuição fica, então, por um bom tempo povoando os pensamentos e ela é, provavelmente, a melhor resposta para o problema. Não a resposta do outro, que possui, ele próprio, suas intuições, resultado de informações conscientes e inconscientes sobre você e sobre o mundo (dele).
Ouça sua própria intuição. Deixe ela crescer. Você conhece bem todas as suas fraquezas e todas as suas forças. Você não precisa que falem disso para você. Você não precisa da opinião de ninguém: você quer ouvir o que você quer ouvir.
Você sabe o caminho a tomar. Você sabe o que deve melhorar. Você sabe.
É tudo sobre você.

A conversa é sua com você.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A qualidade dos pensamentos

O coração bombeia o sangue. Os ouvidos captam estímulos sonoros. A língua capta sabores. Cada parte do corpo é especializada em determinada função.
O cérebro pensa.
Já reparou como já acordamos com alguns pensamentos? Pode ser algo que já estávamos pensando na noite anterior, uma lista das obrigações do dia ou algum problema específico que, conforme nosso cérebro interpreta, precisa ser resolvido.
Uma das funções do cérebro é pensar. E ele adora resolver problemas.
A questão central é que pensamentos evocam emoções e, geralmente, as emoções que são despertadas com problemas a resolver são negativas.
Quando o cérebro se apega a algum pensamento que desperta emoções negativas todo o corpo sofre. A tendência é que todas as demais interpretações acerca da realidade percebida sejam negativas.
Qual a saída?
Vigiar a qualidade dos pensamentos. Não deixar que pensamentos que trazem emoções ruins ganhem espaço e tempo no nosso dia. Mude o foco. Mude de pensamento. Traga à lembrança algo de bom. Foque na solução, e não no problema. Engane seu cérebro.
Com o tempo, pensamentos de pouca qualidade vão perdendo espaço e os de boa qualidade vão tomando conta de sua interpretação do mundo.

Seu corpo agradecerá, as pessoas próximas agradecerão. 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Sobre recuar para avançar

Algumas vezes as coisas não saem bem como planejado, ou como gostaríamos que fossem. Nessas horas, nosso cérebro se organiza para agir. Agir imediatamente, como se estivéssemos perdendo tempo ou correndo perigo. Ficamos ansiosos para corrigir o rumo das coisas e geralmente o que acontece é que essa é a pior forma de enfrentar o problema.
Nosso cérebro foi programado geneticamente para reagir com fuga ou com ataque diante de um perigo. Assim, instintivamente, quando enfrentamos uma situação que causa algum tipo de desconforto ou uma sensação de perigo ou ameaça, o cérebro aciona seus mecanismos de defesa. Pensamentos obsessivos, sobre como reagir à ameaça, pensamentos invasivos e recorrentes, tomam nossa mente e geram desconforto, além de tentativas pouco eficazes de solução.
O que fazer?
Recuar um pouco.
Tente observar pela seguinte perspectiva: se não é algo que vai tirar sua vida naquele momento, não precisa ser resolvido naquele momento. Quase tudo pode esperar mais um dia, ou, ao menos, mais uma hora.
Lembre-se que a vida muda queiramos ou não, constantemente, paulatinamente. Assim, pode ser que, na virada de um dia, algum cenário mais favorável venha à tona.
Recue. Espere. Dê tempo para que ocorra uma reconfiguração sem a sua intromissão.
Enquanto isso, faça algo que libere seu cérebro da preocupação, pois assim ele terá mais chance, depois, de observar o problema de formas diferentes e menos ameaçadoras.
Fuga e ataque são essenciais para a nossa sobrevivência como espécie. Precisamos apenas traduzi-los para os dias de hoje.
Use essa informação para os relacionamentos também. Em relação a uma discordância, a um início de briga, a uma traição, a um distanciamento do outro, não faça nada. Aguarde. Dê um passo para trás.
Lembrando que recuar não é fugir. É apenas ganhar a distância necessária para observar a situação em um enquadramento maior.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Insatisfação

Pessoas estão tranquilas, com suas coisas, com suas conquistas, até que começam a querer mais. Uma inquietação crescente faz com que o que se conseguiu não seja mais suficiente.
O cérebro tem dessas coisas. Ele se acostuma com os estímulos os quais, por sua vez, com o passar do tempo e da exposição, deixam de causar no cérebro as sensações anteriores.
Comer lasanha todos os dias enjoa, não? Aquele prato que pensamos delicioso, se disponível com muita frequência perde o encanto.
Por que seria diferente com os relacionamentos?
Essa ideia da diminuição da capacidade do estímulo para obter respostas inicialmente satisfatórias, está por trás da perda do encanto pela pessoa amada. É um pouco triste, eu sei, mas é interessante quando podemos ter em mãos algumas explicações para o que sentimos. A partir delas, podemos lidar com a situação de forma um pouco mais racional.
O outro não deixa de nos desejar apenas porque não nos ama. Ele pode simplesmente estar numa fase na qual os estímulos não desencadeiam mais os mesmos sentimentos e emoções.
Sabendo disso, pode-se buscar desencadear estímulos novos....Como?
Sendo diferente.
Fazendo diferente.
Seguindo o belo fluxo da vida que é a mudança.
Algumas vezes, a solução é distanciar-se um pouco, para causar a falta que fará com que o velho e bom estímulo volte a ter um bom significado...

Terminar para começar.