Algumas vezes as coisas não saem bem como planejado, ou como
gostaríamos que fossem. Nessas horas, nosso cérebro se organiza para agir. Agir
imediatamente, como se estivéssemos perdendo tempo ou correndo perigo. Ficamos
ansiosos para corrigir o rumo das coisas e geralmente o que acontece é que essa
é a pior forma de enfrentar o problema.
Nosso cérebro foi programado geneticamente para reagir com
fuga ou com ataque diante de um perigo. Assim, instintivamente, quando
enfrentamos uma situação que causa algum tipo de desconforto ou uma sensação de
perigo ou ameaça, o cérebro aciona seus mecanismos de defesa. Pensamentos obsessivos,
sobre como reagir à ameaça, pensamentos invasivos e recorrentes, tomam nossa
mente e geram desconforto, além de tentativas pouco eficazes de solução.
O que fazer?
Recuar um pouco.
Tente observar pela seguinte perspectiva: se não é algo que vai
tirar sua vida naquele momento, não precisa ser resolvido naquele momento.
Quase tudo pode esperar mais um dia, ou, ao menos, mais uma hora.
Lembre-se que a vida muda queiramos ou não, constantemente,
paulatinamente. Assim, pode ser que, na virada de um dia, algum cenário
mais favorável venha à tona.
Recue. Espere. Dê tempo para que ocorra uma reconfiguração
sem a sua intromissão.
Enquanto isso, faça algo que libere seu cérebro da
preocupação, pois assim ele terá mais chance, depois, de observar o problema de
formas diferentes e menos ameaçadoras.
Fuga e ataque são essenciais para a nossa sobrevivência como
espécie. Precisamos apenas traduzi-los para os dias de hoje.
Use
essa informação para os relacionamentos também. Em relação a uma
discordância, a um início de briga, a uma traição, a um distanciamento do
outro, não faça nada. Aguarde. Dê um passo para trás.
Lembrando que recuar não é fugir. É apenas ganhar a
distância necessária para observar a situação em um enquadramento maior.