quinta-feira, 23 de junho de 2016

Sobre recuar para avançar

Algumas vezes as coisas não saem bem como planejado, ou como gostaríamos que fossem. Nessas horas, nosso cérebro se organiza para agir. Agir imediatamente, como se estivéssemos perdendo tempo ou correndo perigo. Ficamos ansiosos para corrigir o rumo das coisas e geralmente o que acontece é que essa é a pior forma de enfrentar o problema.
Nosso cérebro foi programado geneticamente para reagir com fuga ou com ataque diante de um perigo. Assim, instintivamente, quando enfrentamos uma situação que causa algum tipo de desconforto ou uma sensação de perigo ou ameaça, o cérebro aciona seus mecanismos de defesa. Pensamentos obsessivos, sobre como reagir à ameaça, pensamentos invasivos e recorrentes, tomam nossa mente e geram desconforto, além de tentativas pouco eficazes de solução.
O que fazer?
Recuar um pouco.
Tente observar pela seguinte perspectiva: se não é algo que vai tirar sua vida naquele momento, não precisa ser resolvido naquele momento. Quase tudo pode esperar mais um dia, ou, ao menos, mais uma hora.
Lembre-se que a vida muda queiramos ou não, constantemente, paulatinamente. Assim, pode ser que, na virada de um dia, algum cenário mais favorável venha à tona.
Recue. Espere. Dê tempo para que ocorra uma reconfiguração sem a sua intromissão.
Enquanto isso, faça algo que libere seu cérebro da preocupação, pois assim ele terá mais chance, depois, de observar o problema de formas diferentes e menos ameaçadoras.
Fuga e ataque são essenciais para a nossa sobrevivência como espécie. Precisamos apenas traduzi-los para os dias de hoje.
Use essa informação para os relacionamentos também. Em relação a uma discordância, a um início de briga, a uma traição, a um distanciamento do outro, não faça nada. Aguarde. Dê um passo para trás.
Lembrando que recuar não é fugir. É apenas ganhar a distância necessária para observar a situação em um enquadramento maior.

2 comentários:

  1. Oi Gio.
    Um post fundamental para todas as situações e bem oportuno para relacionamentos.
    Talvez ousando suplementar o que você colocou, nosso cérebro ainda tem o recurso do "congelamento" quando em estado de ataque, ou seja, ficar imóvel, inerte, "se fingindo de morto". Essa pode ser a saída para o "recuo".
    Parabéns pelo blog e pelos posts.
    Estou acompanhando e feliz por essa sua jornada.
    Abraços do amigo.

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