sábado, 30 de julho de 2016

Desencontros


Mesa 7
Ela acabou de sair de um relacionamento bom e mediano. Quando eles tomavam alguns drinks, no começo, era bom. Quando passaram a se conhecer melhor, ainda mais quando não havia drink algum, era mediano. Arrastado. Quase metade dele combinava com quase metade dela. Mas, sem dúvida, ele tinha boas qualidades para um namorado.
Mas era suficiente?
Resolveu pedir um tempo ao namorado e foi jantar em um bom restaurante, sozinha, pois assim se concentraria naquele prazer de comer sem censuras e culpas, degustando seu vinho, que não sabia ao certo se amigos entendidos de vinho e afins aprovariam, mas do qual ela gostava. Ela e o prato e o copo.  Entre um gole e outro viu um espécime nas proximidades. Na mesa, sozinho. Ele e o prato e o copo. “Igual a mim!” Check list: aliança: não. Bem vestido: sim. Cabelo com corte: sim. Sapato sujo ou velho: não. “Interessante”, pensou. Ao longo da noite deu algumas olhadas nele, com esperança de que ele correspondesse ou ao menos pedisse o seu telefone, fizesse algum contato. 
Pediu a conta ao final. Nada. "Ou é frouxo ou não gostou de mim."

Mesa 9
Ele acabou de pedir um tempo para a namorada. Apenas 3 meses de relacionamento e já não se sentia tão encantado como antes. Na verdade, a namorada tinha tudo para ser uma companheira para planos futuros, mas ele não sabia identificar ao certo por que já não tinha vontade de sair com ela, de falar com ela... e se sentia mal porque ela sentia sua falta e percebia que ele estava se afastando. “Onde está aquele botão de gostar?’ Ele queria muito gostar dela. Mas parece o tipo de coisa na qual não se manda.
Saiu para conhecer o restaurante do amigo. Ótimo comer e beber sem ter que falar nada. Na mesa próxima, uma mulher muito interessante. Bonita, cabelo bem cuidado, “deve ser bem cheirosa”.  “Sem aliança.... por que está sozinha?” “Será que o meu amigo a conhece?” “Deve estar esperando uma amiga... se saiu sozinha, não deve querer companhia alguma hoje”.
Por alguns momentos, pensou em formas educadas de se aproximar. Mas ficou com receio de ser intrometido. Teve vontade de pedir licença para acompanha-la no vinho. “Mas hoje as mulheres andam tão autossuficientes... vai me dar um belo fora!” "Vai ver hoje ela quer ficar sozinha..."
Ficou olhando eventualmente para ver se ela dava algum sinal de interesse... alguma dica de que ele poderia se aproximar.  Nada. Ela simplesmente comeu, pediu a conta e foi embora sem olhar pra trás. Se ela olhasse, o que ele faria?
Mas que grande desencontro.

Ela está em algum lugar no mundo.... ele também.

domingo, 24 de julho de 2016

Encontros

O outro é a prova viva de nossa existência, além de ser um grande e fidedigno espelho que reflete, sem dó, sem máscaras, com brilho intenso e em cores, nossas virtudes e nossas fraquezas.

Saudações à riqueza que pode emergir dos encontros entre pessoas!