Quando você pensa em um relacionamento que terminou,
geralmente lembra das coisas ruins. Mesmo estando num relacionamento, coisas
marcantes constantemente são as mais dolorosas e você, com frequência, volta a
essas memórias ruins quando as coisas vão mal, o que piora sensivelmente sua
análise da nova situação.
Mas o peso diferenciado e a ênfase dada aos sentimentos e
acontecimentos ruins não acontecem apenas na esfera dos relacionamentos. Já
reparou como somos atraídos por notícias ruins? Para ver imagens de
catástrofes? Observou como nos noticiários a maior parte do tempo é direcionada
para notícias negativas?
Por que damos esse espaço especial ao que é doloroso ou
causa sentimentos negativos?
Essa característica que hoje pode ser considerada deletéria
é uma das responsáveis por ainda estarmos no mundo natural. Nossos antepassados
mais antigos, que habitavam um mundo perigoso e muitas vezes inóspito, guardavam
as memórias do que era perigoso para evitar novas situações similares e para
reconhecerem as situações ameaçadoras caso estivessem acontecendo novamente.
Hoje, as situações que colocariam em perigo nossa espécie
são de outra natureza. Mas, mesmo assim, esse traço da nossa evolução como
seres humanos continua a nos acompanhar.
Tente treinar o seu cérebro a mudar o foco. No
relacionamento que acabou, busque as tantas coisas boas que aconteceram*.
No relacionamento atual, dê atenção às coisas positivas.
Resignifique.
Veja diferente. Não acompanhe a programação que jogam na sua
cara. Busque você a informação.
Defina você o que é ameaça para a sua vida.
Reprograme.
*(se nada de bom aconteceu, vale questionar os motivos que
levaram a ficar num relacionamento assim)