quinta-feira, 14 de julho de 2016

Intolerância

Você pode não gostar de um papel de parede. Neste caso, você pode rasgá-lo e colocar outro no lugar.
Você tem todo o direito de não gostar de uma comida. Então, você pode cuspir a comida ou jogá-la fora, no lixo.
É totalmente aceitável que você não goste de uma roupa. Jogue-a numa fogueira para que queime, se quiser.
Também é possível que você odeie uma ideia. Destrua a ideia, arranque dos seus pensamentos, despreze-a.
Mas e se você não gostar de uma pessoa?
Não gostar da comida de uma pessoa?
E se você não gostar da roupa de uma pessoa?
E se você odiar as ideias de uma pessoa?
Eu peço, imploro:
Não rasgue uma pessoa como um papel;
Não cuspa em uma pessoa, e muito menos a jogue no lixo;
Não queime uma pessoa;
Nunca destrua uma pessoa.
Isso tudo é contra a nossa natureza, contra a nossa ordem evolutiva.
Isso não está certo, em todos os sentidos que a palavra certo pode alcançar.
Você não precisa amar alguém de quem não gosta.
Mas, o fato de não gostar, não significa que pode feri-la.
Seja tolerante.
Olhe para a diferença com olhos de medo, de dúvida, de desconfiança, até de raiva.
Mas não mate a diferença apenas porque não a entende, apenas porque tem medo dela, apenas porque ela pode ser melhor do que você ou eventualmente pode tomar o seu lugar.
Não se deixe manipular por palavras de ódio contra outras pessoas, principalmente pessoas as quais você não conhece.
Geralmente, a intenção de quem profere ódio é manter você sob controle. Você é apenas mais uma peça a ser derrubada num grande e imbecil jogo de falsos gigantes.


(Nice, que pena!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário