quinta-feira, 14 de julho de 2016

Intolerância

Você pode não gostar de um papel de parede. Neste caso, você pode rasgá-lo e colocar outro no lugar.
Você tem todo o direito de não gostar de uma comida. Então, você pode cuspir a comida ou jogá-la fora, no lixo.
É totalmente aceitável que você não goste de uma roupa. Jogue-a numa fogueira para que queime, se quiser.
Também é possível que você odeie uma ideia. Destrua a ideia, arranque dos seus pensamentos, despreze-a.
Mas e se você não gostar de uma pessoa?
Não gostar da comida de uma pessoa?
E se você não gostar da roupa de uma pessoa?
E se você odiar as ideias de uma pessoa?
Eu peço, imploro:
Não rasgue uma pessoa como um papel;
Não cuspa em uma pessoa, e muito menos a jogue no lixo;
Não queime uma pessoa;
Nunca destrua uma pessoa.
Isso tudo é contra a nossa natureza, contra a nossa ordem evolutiva.
Isso não está certo, em todos os sentidos que a palavra certo pode alcançar.
Você não precisa amar alguém de quem não gosta.
Mas, o fato de não gostar, não significa que pode feri-la.
Seja tolerante.
Olhe para a diferença com olhos de medo, de dúvida, de desconfiança, até de raiva.
Mas não mate a diferença apenas porque não a entende, apenas porque tem medo dela, apenas porque ela pode ser melhor do que você ou eventualmente pode tomar o seu lugar.
Não se deixe manipular por palavras de ódio contra outras pessoas, principalmente pessoas as quais você não conhece.
Geralmente, a intenção de quem profere ódio é manter você sob controle. Você é apenas mais uma peça a ser derrubada num grande e imbecil jogo de falsos gigantes.


(Nice, que pena!)

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Ingênua curiosidade

Homens e mulheres procuram coisas similares, mas o fazem

 de formas diferentes,
 em momentos diferentes,
 com nuances diferentes,
 com motivações diferentes,
 a partir de perspectivas diferentes....


Então, que tal antes de criticar, ou de repetir a ideia de que todos os homens e todas as mulheres são iguais, você possa ousar olhar o outro com ingênua curiosidade?

segunda-feira, 11 de julho de 2016

A resposta do eu mais desconhecido

A intuição é compreendida, por alguns estudiosos da mente, como a melhor resposta imediata do cérebro a um conjunto de estímulos externos. Ou seja, o cérebro, ao se deparar com determinada situação, emite imediatamente uma avaliação dela. Essa ação, com origens evolutivas, objetiva reconhecer algum perigo ou ameaça imediata à vida.
Funciona basicamente assim: o cérebro capta os estímulos externos que estão disponíveis no cenário a ser analisado e busca em seus conteúdos as referências para produzir uma resposta imediata e mais acertada acerca do nível de ameaça que representa.
O interessante é que esse processo é extremamente rápido e, muitas vezes, fornece a melhor resposta. Isso acontece porque as referências utilizadas para as análises são quase todas inconscientes, baseadas na história da pessoa, na cultura, em todas as informações que o cérebro já captou e acumulou, e também nos instintos da espécie humana.
Outro dado interessante é que, apesar de haver interferência emocional na construção dos conteúdos da nossa história ao longo de nossa vida, há pouca interferência emocional na resposta imediata do cérebro ao cenário ou situação analisada. É como se não desse tempo para o cérebro ser contaminado por maiores racionalizações ou afetos. Ou seja, a resposta dada seria a melhor resposta inicial ao problema ou questão enfrentada.
Assim, o que chamamos intuição, é a melhor resposta para garantir nossa vida.
Sabendo disso, agora, você pode dar maior atenção à sua intuição.
Geralmente ela responde a questões simples, como: essa pessoa pode me fazer mal? Essa pessoa pode representar uma ameaça para mim? Essa pessoa é confiável? Dou conta dessa tarefa? Essa situação é boa ou ruim para mim?
Ouvir a intuição, e tirar proveito dela, não é algo que se consiga fazer imediatamente. É necessário treino.
É preciso que você comece a identificar a primeira intuição ou impressão. Isso porque a cada minuto seguinte, o cérebro elabora as informações, resignifica, adiciona elementos e começa a incluir afetos e informações periféricas. Ou seja, já deixa de emitir a melhor resposta imediata.
Comece a ouvir a sua intuição e a tirar proveito dela.
Trata-se de uma grande vantagem evolutiva que, apesar de preterida, nos ajuda até hoje.

São suas respostas mais suas, vindas do seu eu mais desconhecido pra você.

domingo, 10 de julho de 2016

Deixe o amor te namorar

Conversando com mulheres pelo caminho, observei um padrão que anda dificultando as coisas no campo dos relacionamentos: há uma pressa – uma ansiedade – que faz com que sentimentos deletérios, nada saudáveis, tomem conta dos pensamentos, de forma que o foco acaba na insatisfação e na frustração, e não na experiência gratificante e emocionante que é amar e ser amado.
Como ninguém ama o que não conhece, fica claro que aquela sensação de paixão por uma pessoa desconhecida só pode ser uma fantasia, ou seja, algo que nossa mente sedenta por amor construiu.
Então, no caso de uma paixão súbita por uma pessoa que acabamos de conhecer, o melhor é deixar os dias, os encontros, as conversas fluírem. Pare de querer controlar tudo. Deixe que a pessoa se mostre para você, ao mesmo tempo em que você se mostra para ela.
Menos expectativa e mais participação.
Menos cobrança e mais observação.
Ninguém pode ser o que não é por muito tempo.
Então, ao sinal do próximo amor, deixe que ele te paquere, te namore. Não a pessoa, mas o próprio amor...
O que eu quero dizer com isso?
Pare de se ocupar em controlar coisas que não dependem só de você. Deixe que um fluxo sistêmico, que conta com a integração de diversos fatores, faça o trabalho.
Apenas deixe que as coisas aconteçam.
Pare já de tentar convencer o amor a te querer... deixe que o amor te conquiste.

Deixe que o próprio amor te namore....